56 – Representação
São somente os mais sábios
Que podem se dar ao luxo de ser
ingênuos
De representar o patético
Somente os mais sábios
Podem fingir que não sabem
Podem e devem
Do contrário seriam taxados de
gênios
Somente os mais sabidos
Podem parecer os mais ignorantes
E muitas vezes taxados de
estúpidos
Pelos gênios
57 – Sátira da folha branca
É preferível ter às mãos
Uma folha branca para escrever
Que outra pessoa para confabular
Pois com facilidade pode-se ver
Que a folha branca pode melhor
interpretar
As idéias que das mãos à tinta vão
Que podem os outros entender
A que vai da boca ao cérebro
58 - O encontro da verdade
As coisas supérfluas deste mundo
Não mais me convencem
O sentido profundo me imunda
Como uma nova realidade
Profunda e maior
Fazendo com que percebesse
Que até então
Fui enganado
Pelas convidativas ilusões da vida
59 – Metáfora do bolso
Um bolso não usado
Não está agindo como bolso
Por isto não constitui um bolso
Assim como todos os seres humanos
Que são sensitivos em potencial
O bolso vazio é um bolso cheio em
potência
60 – O aprendiz e o virtuoso sensitivo
Os caminhos verdadeiros estão na
essência
Não se deixai ludibriar pela vida
aparente
No silêncio da alma e da própria
tristeza
Emerge a alegria
Pois tudo que é brusco e que
acontece de repente
É falso
Quereis algo mais verdadeiro que a
tristeza?
Algo mais espirituoso que a
lágrima?
Os caminhos verdadeiros estão no
silêncio da tristeza
Na letargia da arte
No antagonismo da loucura
Na força descomunal do virtuosismo
Os caminhos verdadeiros estão na
lágrima humana
Gotas dos divinos céus
Força poderosa irresistível
Pobres daqueles que não percebem
Que quem rege a vida é o próprio
inconsciente
E não este consciente perdido e
minúsculo
As novidades são promissoras
Contanto que a pessoa tenha a
sutileza da percepção
Pés firmes à terra
A arte é a vida que nunca poderá
morrer
Distante e próxima de tudo
No comments:
Post a Comment