Friday, May 31, 2024

de 56 à 60

 

56 – Representação

 

São somente os mais sábios

Que podem se dar ao luxo de ser ingênuos

De representar o patético

Somente os mais sábios

Podem fingir que não sabem

Podem e devem

Do contrário seriam taxados de gênios

Somente os mais sabidos

Podem parecer os mais ignorantes

E muitas vezes taxados de estúpidos

Pelos gênios

 

57 – Sátira da folha branca

 

É preferível ter às mãos

Uma folha branca para escrever

Que outra pessoa para confabular

Pois com facilidade pode-se ver

Que a folha branca pode melhor interpretar

As idéias que  das mãos à tinta vão

Que podem os outros entender

A que vai da boca ao cérebro

 

58 - O encontro da verdade

 

As coisas supérfluas deste mundo

Não mais me convencem

O sentido profundo me imunda

Como uma nova realidade

Profunda e maior

Fazendo com que percebesse

Que até então

Fui enganado

Pelas convidativas ilusões da vida

 

59 –  Metáfora do bolso

 

Um bolso não usado

Não está agindo como bolso

Por isto não constitui um bolso

Assim como todos os seres humanos

Que são sensitivos em potencial

O bolso vazio é um bolso cheio em potência

 

60 –  O aprendiz e o virtuoso sensitivo

 

Os caminhos verdadeiros estão na essência

Não se deixai ludibriar pela vida aparente

No silêncio da alma e da própria tristeza

Emerge a alegria

Pois tudo que é brusco e que acontece de repente

É falso

Quereis algo mais verdadeiro que a tristeza?

Algo mais espirituoso que a lágrima?

Os caminhos verdadeiros estão no silêncio da tristeza

Na letargia da arte

No antagonismo da loucura

Na força descomunal do virtuosismo

Os caminhos verdadeiros estão na lágrima humana

Gotas dos divinos céus

Força poderosa irresistível

Pobres daqueles que não percebem

Que quem rege a vida é o próprio inconsciente

E não este consciente perdido e minúsculo

As novidades são promissoras

Contanto que a pessoa tenha a sutileza da percepção

Pés firmes à terra

A arte é a vida que nunca poderá morrer

Distante e próxima de tudo

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