61 – Sobre o movimento pela idéia
A arte é reflexo da vida
A corrida é um reflexo do
pensamento
A arte é a expressão da vida
A corrida é a expressão do
pensamento
A arte é a vida
A corrida é o pensamento
62 – Princípio de tudo
Onde houver uma folha em branco
Onde houver uma tecla à disposição
Onde houver uma corda à ressoar
Onde houver um silêncio...
Haverá vida!
Pois a criação depende de um
princípio vazio
Viva a arte!
63 – Retratação da realidade
I - Realidade interna
O medo será sempre medo
Alegria sempre alegria será
Enternecimento sempre
enternecimento
A lágrima sempre lágrima
Sorriso por sorriso será sempre
alegre
Sinceridade é eternamente sincera
Através do tempo
Através do espaço
Em todas as civilizações do mundo
Diante de todas as realidades
As reações internas são iguais
Diante das realidades diferentes
Que por isto mesmo
Se tornam realidades iguais
Pois é a interpretação
E não a realidade
Pois é a interpretação que
reconstrói a realidade
II
- Paródia
Ora estas, que paródia é a vida
Hilário labirinto de caminhos
muitos
Comédia de muitas trapaças
Quem é o que entende a sutil piada
O que ri às favas duma parlapatice
qualquer?
Ou o que interpreta a ardilosa e
sutil hilaridade
III - Imagem da imaginação
Ora estas que é a vida senão uma
abstrata construção
Onde tudo depende de interpretação
Um quadro belo é bem visto
Um feio é mal visto
Qual será o belo? Qual o feio?
De quê devo rir e por quê chorar?
Seguir modismos? Seguir o coração?
IV – Inflamação, alteração pela
conclusão
Sempre mudar
E por isto extasiar, abismar,
espantar
E mesmo que ao mesmo eu veja
Estará o mesmo diferente
Porque eu mudei
E por isto extasiar, abismar,
espantar
Ciclos iguais não são iguais
Ora estas, que paródia é a vida
64 – Visão noturna do sensitivo
A noite hoje está tão bela
Eu amo ver a chuva cair à noite
Iluminada por luzes da rua
Os fios de eletricidade, com
pingos
E as folhas verdes das árvores
A noite hoje está tão bela
Se eu pudesse eu seria a própria
noite
Para viver este momento
eternamente
Ficaria satisfeito até
Se apenas sonhasse que sou a noite
Porque no sonho
No momento em que sonhamos
Achamos que aquilo é real
Então me sonho seria realidade
Enquanto sonhasse
Será que quando estamos despertos
Não estamos sonhando?
Porque acreditamos ser real a realidade
E se porventura acordamos da
realidade
Notaremos que foi apenas um sonho
65 - Sementes da floresta
Mal é parte do mundo
Um estúpido à isto não vê
Vive em sua ignorância feliz
Que não é a verdadeira felicidade
Acometido pelo mal estou
Crio forças de meu âmago para à
isto superar
Pois isto é parte
Ainda bem que passo pelo tormento
Pois o tormento faz-me mais forte
Que se assim não fosse
Forças de meu espírito
Se elevam de maneira infindável
E quando caído estiver
Quando torpe e terrivelmente
dolorido
Brilharão meus olhos
E gritarei até que meus pulmões
doam
Crescendo em espírito
É esta a força da vida
É este o bem supremo
Tão arraigado com o sofrimento
Quanto uma floresta que queima
E plorifera sementes
Para novos florescimentos
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