Friday, May 31, 2024

61 à 65

 

61 –  Sobre o movimento pela idéia

 

A arte é reflexo da vida

A corrida é um reflexo do pensamento

A arte é a expressão da vida

A corrida é a expressão do pensamento

A arte é a vida

A corrida é o pensamento

 

62 –  Princípio de tudo

 

Onde houver uma folha em branco

Onde houver uma tecla à disposição

Onde houver uma corda à ressoar

Onde houver um silêncio...

Haverá vida!

Pois a criação depende de um princípio vazio

Viva a arte!

 

63 –  Retratação da realidade

I -  Realidade interna

O medo será sempre medo

Alegria sempre alegria será

Enternecimento sempre enternecimento

A lágrima sempre lágrima

Sorriso por sorriso será sempre alegre

Sinceridade é eternamente sincera

Através do tempo

Através do espaço

Em todas as civilizações do mundo

Diante de todas as realidades

As reações internas são iguais

Diante das realidades diferentes

Que por isto mesmo

Se tornam realidades iguais

Pois é a interpretação

E não a realidade

Pois é a interpretação que reconstrói a realidade

II  - Paródia

Ora estas, que paródia é a vida

Hilário labirinto de caminhos muitos

Comédia de muitas trapaças

Quem é o que entende a sutil piada

O que ri às favas duma parlapatice qualquer?

Ou o que interpreta a ardilosa e sutil hilaridade

III  - Imagem da imaginação

Ora estas que é a vida senão uma abstrata construção

Onde tudo depende de interpretação

Um quadro belo é bem visto

Um feio é mal visto

Qual será o belo? Qual o feio?

De quê devo rir e por quê chorar?

Seguir modismos? Seguir o coração?

IV – Inflamação, alteração pela conclusão

Sempre mudar

E por isto extasiar, abismar, espantar

E mesmo que ao mesmo eu veja

Estará o mesmo diferente

Porque eu mudei

E por isto extasiar, abismar, espantar

Ciclos iguais não são iguais

Ora estas, que paródia é a vida

 

64 –  Visão noturna do sensitivo

 

A noite hoje está tão bela

Eu amo ver a chuva cair à noite

Iluminada por luzes da rua

Os fios de eletricidade, com pingos

E as folhas verdes das árvores

A noite hoje está tão bela

Se eu pudesse eu seria a própria noite

Para viver este momento eternamente

Ficaria satisfeito até

Se apenas sonhasse que sou a noite

Porque no sonho

No momento em que sonhamos

Achamos que aquilo é real

Então me sonho seria realidade

Enquanto sonhasse

Será que quando estamos despertos

Não estamos sonhando?

Porque acreditamos ser real a realidade

E se porventura acordamos da realidade

Notaremos que foi apenas um sonho

 

65 - Sementes da floresta

 

Mal é parte do mundo

Um estúpido à isto não vê

Vive em sua ignorância feliz

Que não é a verdadeira felicidade

Acometido pelo mal estou

Crio forças de meu âmago para à isto superar

Pois isto é parte

Ainda bem que passo pelo tormento

Pois o tormento faz-me mais forte

Que se assim não fosse

Forças de meu espírito

Se elevam de maneira infindável

E quando caído estiver

Quando torpe e terrivelmente dolorido

Brilharão meus olhos

E gritarei até que meus pulmões doam

Crescendo em espírito

É esta a força da vida

É este o bem supremo

Tão arraigado com o sofrimento

Quanto uma floresta que queima

E plorifera sementes

Para novos florescimentos

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