Friday, May 31, 2024

de 71 à 75

 

71 - A graça do amor

 

 

Por muito tempo ficaste guardada num escuro saco

Desperta, desperta pedra

Acorda espírito de Deus afasta-nos o asco

Por muito tempo ficaste apagada de modo triste

Ascende, ascende vela, traz-nos a luz e vida

Por muito tempo ficaste sem vida, mórbido

Queima, queima inscenso dos caminhos espirituais

Sem que se possa definir no tempo ou datas precisas

O coração se turvou, e a alma se apagou

Acalente-se, pois, coração

Brilhem os olhos em lágrimas

Que o calor de Deus se manifeste

Por muito tempo...

Quanto tempo?

Não, na escuridão não há tempo

Mas sim somente o medo, pavor, incerteza e insegurança

Que as luzes das orações diárias

Venham nos trazer, não sem labor pessoal

Não sem esforço de corpo e mente

Não sem as exigências dos mundos espirituais

Não sem o limite do sofrimento

Antes nos ter atormentado

A graça do amor

 

72 - A parte eterna ( IM )

Estou novamente aqui

É com se nunca tivesse deixado de estar

Pois mesmo que o todo

Fragmentado em partes seja

Há sempre a sensação de infinitude

Por diferentes momentos

Das diferentes situações

Quando as partes têm um único sentido

Não são mais partes

A vida funciona assim

Todas as partes são eternas

O início é a continuação

O fim é fim apenas para a sensação

Fazer e tornar a fazer

Não é igual que simplesmente fazer

De onde provém esta divisão senão da aparente sensação?

Assim são os fragmentos do treino de um corredor

Uma só vivência

Um só momento

 

73 –  Simplesmente isto

 

Um novo hausto de ar penetra em meus pulmões

A música extasia-me os ouvidos

Meu corpo vivencia a plenitude da força física.

Oh! Quão bela é a vida!

Uma nova onda de vida inunda minha alma,

Me sinto bem,

Simplesmente isto.

II - Instigação

De quê modo percebemos a vida?

Qual é o sentido que aplicamos tudo o que nos cerca?

Conseguimos, acaso, perceber a proporção de nós mesmos?

Onde está aquilo que humaniza o homem?

Por onde andará o esforço e a abnegação?

Acaso viste por qualquer canto a audácia

dos grandes projetor e a força de suas realizações?

 

 

74 –  Conselho sábio

I - Introdução

Vejo que ainda há tênue luz

Uma escassez de vida

Que será por certo suficiente

Para fazer sair da cruz

Dos tormentos onerosos

A alma silenciosa

O espírito clama sua vez

Quando cessará a vida mundana

E finalmente a morte virá

Será este momento de glória

Que rujam os tambores da vida

Que renasça o novo homem

Que o trabalho seja fonte de energia

Para mais trabalho e todavia mais

E quando assim for

Que venham novos trabalhos

Que serão novos horizontes

Trabalho da arte, da alma e do espírito

Estando o corpo doente

Num tormento dilacerante

Estará a alma em seu clamor final

Nos limites de suas forças, clamando uma luz

Que virá dos céus com belos arcanjos

Os protetores que com Deus trabalham

Para que a tênue luz

Queime forte

No coração e na mente humanos

Há muito mistério a desvendar

Por isto não se deixe enganar

Pela vida profana

Pela vida mundana

Sejas tu a força de Deus

Faça por merecer

Trabalha e lute em prol do bem

Luta e cria a tua moral

A tua filosofia

A tua imaginação

II – Humildade

Que Deus nos perdoe

O tempo despendido em vão

A falta de organização

E programação da vida

Por isso perdidos vamos

Correndo para todos os lados

Sem direcionar-mo-nos

Quanta ousadia, que erro!

Quanta idiotice!

Confundimos nossas falhas com desgraças...

Que Deus nos perdoe

O tempo despendido em vão

 E que assim sendo

Crie-se a consciência

E faça-se por não mais nos equivoquemos

Em sendas não proveitosas

III –  Tropeço

Tropecei

O fato é que ainda estou de pé

Meio tonto e perdido

O fato é que estou de pé

Sem saber o que fazer

O fato é que estou de pé

Ora estas, mas que pandemônios

Que deverei eu fazer

Senão olhar à frente

E neste caminho prosseguir!

Há todavia muito tempo

Me sinto muito bem

Tenho boa estrutura

Psíquica

Intelectual, sentimental

Física

Muscular, óssea

Que devo eu fazer

Senão olhar à frente

E à frente andar

IV – Alicerce

Tanto tempo demorei a construí-lo

É certo que pela lógica

Levando em consideração

O tempo e a energia despendidos

Na construção d minha vida

Minha personalidade

Sentimentos. pensamentos

Verdades, imaginações

Crenças, hábitos

É isto a minha vida

O alicerce no qual minhas belíssimas árvores

Florescem, Florescem, Florescem

É certo que por tal quantidade

De energia e esforço

Não hei de me perder em caminhos enganosos

E fazer por fingir que a base não mais existe

Seria como fingir que eu mesmo não existe

V – Conselho

Aconselha-se viver numa linha reta

Que vai ao mesmo tempo

Em todas as direções

Não te percas de ti mesmo

Sejas a tua própria harmonia

A tua própria imaginação

A tua própria vida

 

75 –  Segundo conselho

I – Lamentações

Oh! Quão pequeno sou

Não tenho forças

Para caminhar por min mesmo

Resplandecer é para min um sonho distante

Conquistar é uma utopia

Realizar é uma insanidade

Pois a cada paço que tento dar à frente

Acabo por cambalear

Em qualquer direção desconhecida

Que desventura

Oh! Quão desregrado sou

Não tenho forças

Para delinear-me

II – Solução aos pesares

Fica na alegria

Vive na alegria

Não esquece nunca

Dos teus ideais

Pois estes são você

Faça jus com teus hábitos

Assim não te perderás

III – Honra e dignidade

Todos os seres humanos são iguais

Têm honra e dignidade

Seja um mendigo ou rei

Faça por cultuar teu coração

Tua alma, teu espírito

Sejas honrado e digno

Vá direto ao mais complexo de teu ser

À tua essência

Como?

Ora estas, Ora!

Pois assim não te perderás

Nas enganosas sendas do mundo

IV – Quê buscas?

Quê buscas senão à ti mesmo?

Porque perdes teu precioso tempo

Buscando ao mundo?

Se for assim

Passarás uma eternidade

Dependendo das muletas mundanas

Larga-as e cai-a mais uma vez

Aprendendo a andar sozinho

Com esforço conhecerás

Ao mais profundo de teu ser

Arrisca-te

Enfrenta à tudo com Deus no coração

Arrisca-te sem medo

Sofras teu tormento

Conheça-te

Não te distraias com o mundo

Pois este é ilusório

V -  Prevaricação

A vida é tão profunda e bela

Que não há tempo para mesquinhez

Não existe competição entre os humanos

Mas sim o reconhecimento de grandezas únicas

De seres particularmente únicos e belos

Dotados de peculiaridades inigualáveis

Todos têm por isto

Seu valor maravilhoso e belo

Não há tempo para mesquinhez

Quando ireis acordar

Deste sono pérfido

Que é passar a perna no outro?

VI –  Conselho

Sois grandes

Viveis num mundo cheio de mistérios

Melhor é começarem pois

Viver de verdade

VII – Grande aventura

Um dia diremos em conjunto:

Valeu a pena

Oh! Mas que aventura é a vida

Que glória!

Valeu a pena

Tanto tormento entremeado em cáusticas súplicas

Tanto trabalho, esforço e energia

Tantas aprendizagens, tanto labor

Como o suor de um campônio ou atleta

Um dia diremos: Valeu a pena!

Neste dia um largo sorriso brotará da alma

Valeu a pena trabalhar

Porque no trabalho descobri a realização

Valeu a pena ser artista

Porque na arte chorei e sorri

Valeu a pena viver

Porque na vida  descobri o amor

Um dia diremos em conjunto

Valeu a pena correr o risco de viver

Que seja este dia hoje!

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