71 - A graça do amor
Por muito tempo ficaste guardada
num escuro saco
Desperta, desperta pedra
Acorda espírito de Deus afasta-nos
o asco
Por muito tempo ficaste apagada de
modo triste
Ascende, ascende vela, traz-nos a
luz e vida
Por muito tempo ficaste sem vida,
mórbido
Queima, queima inscenso dos
caminhos espirituais
Sem que se possa definir no tempo
ou datas precisas
O coração se turvou, e a alma se
apagou
Acalente-se, pois, coração
Brilhem os olhos em lágrimas
Que o calor de Deus se manifeste
Por muito tempo...
Quanto tempo?
Não, na escuridão não há tempo
Mas sim somente o medo, pavor,
incerteza e insegurança
Que as luzes das orações diárias
Venham nos trazer, não sem labor
pessoal
Não sem esforço de corpo e mente
Não sem as exigências dos mundos
espirituais
Não sem o limite do sofrimento
Antes nos ter atormentado
A graça do amor
72 - A parte eterna ( IM )
Estou novamente aqui
É com se nunca tivesse deixado de
estar
Pois mesmo que o todo
Fragmentado em partes seja
Há sempre a sensação de infinitude
Por diferentes momentos
Das diferentes situações
Quando as partes têm um único
sentido
Não são mais partes
A vida funciona assim
Todas as partes são eternas
O início é a continuação
O fim é fim apenas para a sensação
Fazer e tornar a fazer
Não é igual que simplesmente fazer
De onde provém esta divisão senão
da aparente sensação?
Assim são os fragmentos do treino
de um corredor
Uma só vivência
Um só momento
73 – Simplesmente isto
Um novo hausto de ar penetra em
meus pulmões
A música extasia-me os ouvidos
Meu corpo vivencia a plenitude da
força física.
Oh! Quão bela é a vida!
Uma nova onda de vida inunda minha
alma,
Me sinto bem,
Simplesmente isto.
II - Instigação
De quê modo percebemos a vida?
Qual é o sentido que aplicamos
tudo o que nos cerca?
Conseguimos, acaso, perceber a
proporção de nós mesmos?
Onde está aquilo que humaniza o
homem?
Por onde andará o esforço e a
abnegação?
Acaso viste por qualquer canto a
audácia
dos grandes projetor e a força de
suas realizações?
74 – Conselho sábio
I - Introdução
Vejo que ainda há tênue luz
Uma escassez de vida
Que será por certo suficiente
Para fazer sair da cruz
Dos tormentos onerosos
A alma silenciosa
O espírito clama sua vez
Quando cessará a vida mundana
E finalmente a morte virá
Será este momento de glória
Que rujam os tambores da vida
Que renasça o novo homem
Que o trabalho seja fonte de
energia
Para mais trabalho e todavia mais
E quando assim for
Que venham novos trabalhos
Que serão novos horizontes
Trabalho da arte, da alma e do
espírito
Estando o corpo doente
Num tormento dilacerante
Estará a alma em seu clamor final
Nos limites de suas forças,
clamando uma luz
Que virá dos céus com belos
arcanjos
Os protetores que com Deus
trabalham
Para que a tênue luz
Queime forte
No coração e na mente humanos
Há muito mistério a desvendar
Por isto não se deixe enganar
Pela vida profana
Pela vida mundana
Sejas tu a força de Deus
Faça por merecer
Trabalha e lute em prol do bem
Luta e cria a tua moral
A tua filosofia
A tua imaginação
II – Humildade
Que Deus nos perdoe
O tempo despendido em vão
A falta de organização
E programação da vida
Por isso perdidos vamos
Correndo para todos os lados
Sem direcionar-mo-nos
Quanta ousadia, que erro!
Quanta idiotice!
Confundimos nossas falhas com
desgraças...
Que Deus nos perdoe
O tempo despendido em vão
E que assim sendo
Crie-se a consciência
E faça-se por não mais nos
equivoquemos
Em sendas não proveitosas
III – Tropeço
Tropecei
O fato é que ainda estou de pé
Meio tonto e perdido
O fato é que estou de pé
Sem saber o que fazer
O fato é que estou de pé
Ora estas, mas que pandemônios
Que deverei eu fazer
Senão olhar à frente
E neste caminho prosseguir!
Há todavia muito tempo
Me sinto muito bem
Tenho boa estrutura
Psíquica
Intelectual, sentimental
Física
Muscular, óssea
Que devo eu fazer
Senão olhar à frente
E à frente andar
IV – Alicerce
Tanto tempo demorei a construí-lo
É certo que pela lógica
Levando em consideração
O tempo e a energia despendidos
Na construção d minha vida
Minha personalidade
Sentimentos. pensamentos
Verdades, imaginações
Crenças, hábitos
É isto a minha vida
O alicerce no qual minhas
belíssimas árvores
Florescem, Florescem, Florescem
É certo que por tal quantidade
De energia e esforço
Não hei de me perder em caminhos
enganosos
E fazer por fingir que a base não
mais existe
Seria como fingir que eu mesmo não
existe
V – Conselho
Aconselha-se viver numa linha reta
Que vai ao mesmo tempo
Em todas as direções
Não te percas de ti mesmo
Sejas a tua própria harmonia
A tua própria imaginação
A tua própria vida
75 – Segundo conselho
I – Lamentações
Oh! Quão pequeno sou
Não tenho forças
Para caminhar por min mesmo
Resplandecer é para min um sonho
distante
Conquistar é uma utopia
Realizar é uma insanidade
Pois a cada paço que tento dar à
frente
Acabo por cambalear
Em qualquer direção desconhecida
Que desventura
Oh! Quão desregrado sou
Não tenho forças
Para delinear-me
II – Solução aos pesares
Fica na alegria
Vive na alegria
Não esquece nunca
Dos teus ideais
Pois estes são você
Faça jus com teus hábitos
Assim não te perderás
III – Honra e dignidade
Todos os seres humanos são iguais
Têm honra e dignidade
Seja um mendigo ou rei
Faça por cultuar teu coração
Tua alma, teu espírito
Sejas honrado e digno
Vá direto ao mais complexo de teu
ser
À tua essência
Como?
Ora estas, Ora!
Pois assim não te perderás
Nas enganosas sendas do mundo
IV – Quê buscas?
Quê buscas senão à ti mesmo?
Porque perdes teu precioso tempo
Buscando ao mundo?
Se for assim
Passarás uma eternidade
Dependendo das muletas mundanas
Larga-as e cai-a mais uma vez
Aprendendo a andar sozinho
Com esforço conhecerás
Ao mais profundo de teu ser
Arrisca-te
Enfrenta à tudo com Deus no
coração
Arrisca-te sem medo
Sofras teu tormento
Conheça-te
Não te distraias com o mundo
Pois este é ilusório
V - Prevaricação
A vida é tão profunda e bela
Que não há tempo para mesquinhez
Não existe competição entre os
humanos
Mas sim o reconhecimento de
grandezas únicas
De seres particularmente únicos e
belos
Dotados de peculiaridades
inigualáveis
Todos têm por isto
Seu valor maravilhoso e belo
Não há tempo para mesquinhez
Quando ireis acordar
Deste sono pérfido
Que é passar a perna no outro?
VI – Conselho
Sois grandes
Viveis num mundo cheio de
mistérios
Melhor é começarem pois
Viver de verdade
VII – Grande aventura
Um dia diremos em conjunto:
Valeu a pena
Oh! Mas que aventura é a vida
Que glória!
Valeu a pena
Tanto tormento entremeado em
cáusticas súplicas
Tanto trabalho, esforço e energia
Tantas aprendizagens, tanto labor
Como o suor de um campônio ou
atleta
Um dia diremos: Valeu a pena!
Neste dia um largo sorriso brotará
da alma
Valeu a pena trabalhar
Porque no trabalho descobri a
realização
Valeu a pena ser artista
Porque na arte chorei e sorri
Valeu a pena viver
Porque na vida descobri o amor
Um dia diremos em conjunto
Valeu a pena correr o risco de
viver
Que seja este dia hoje!
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