de 31 à 35

 

31 - Prece ao inimigo.

 

Louvor ao Pai Eterno

Faremos em conjunto

Eu e tu meu inimigo

Pois nós dois padecemos

Aqueles bondosos espíritos que nos assistem

E atuam bondosamente

São a dádiva que Deus concede ao homem

Pois tu e eu padecemos

Das mesmas misérias

Eu te perdôo

Alias,nunca considerei como injúrias

As blasfemas que com malvadez

Me jogaste na cara

Senão apenas como a própria fraqueza humana

Ouve-me espírito perverso

Não perverso... Mas perdido

Por isto não existe culpa

Quem se perdeu não pode ser culpado

Quem ignora não pode ser culpado

Culpado é somente o relapso

Aquele que já conhece a glória de Deus

Por nada ficaria de maneira obstinada

Na desventura do mal

Pois já é um Bem Aventurado

Que fazeis então tu espírito perdido?

Porquê vagas neste labirinto?

Sem rumo, sem direção, sem nexo, sem vida.

Tenhamos bom senso e critério.

Já é mais que a hora da verdade

Venhas tu comigo e vou ter contigo

Juntos todos seremos um

Mais vale acrescer que separar.

Pois assim fora dito...

Em verdade, em verdade vos digo:

Amai-vos uns aos outros

Nós dois padecemos

Vivendo na ilusão da estupidez

Criada por mentes insanas

Corações obumbrados

Almas penadas

Olhos que não mais brilham

Bocas que não mais sentem

Palavras doces

E gestos nobres

Eu e tu padecemos

Sofremos nossas besteiras

Quanto custa o movimento da mudança?

Quanto custa o perdão?

Quanto custa a Bem Aventurança?

Vejo que p preço é a perda do egocentrismo

O encontro da humildade

Este é o preço tão encarecido da Bem Aventurança

Do esplendor espiritual

Que Jesus encontrou quando mais estava rebaixado corporalmente

Oh! Mas que presunção. ( Hilaridade )

Comparando um santo à nós humanos.

Quê engano...

Não! É em parte correto.

Pois o objetivo de um homem na terra

É ser homem de oração

E de um homem de oração

É almejar a Santidade

Que as postentades nos ouçam meu amigo

Que os Deuses nos acompanhem

Que os arcanjos intercedam em nosso favor

Que os anjos nos guardem

Pois assim cessará a origem de nossos sofrimentos

Não mais padeceremos de imbecilidade

Não mais confrontaremos a ilusão

Não mais despenderemos energias em vão

Construiremos um novo porvir

Proveitoso e profícuo

Uma convicta união

 

32 - A doença da Imaginação!

 

Voando aos longínquos recônditos da loucura

Pensando num mundo que não existe

Criando Elfos, Fadas, Monges e Guerreiros

Cantores, cantos, ciganas, marinheiros

Imagens de cores flutuantes, esguias e rodantes

Percepções escassas e fugidias

Abstrações inequívocas dum mundo floreado

Imaginação: sede de imponentes reverberações

Indo além do que julgava conhecer

Glórias ao novo porvir

Sede bem vindo estado de letárgica hipnose

Venha a doença da criação atacar-me

Com sua graça melancólica e cáusticos clamores

Inundar-me de estafa e júbilo

Que posso então fazer se elas me assolam?

Estou vunerável à qualquer momento

À inesperada aparição de locuções interessantes

O mais agradável é dar espaço

Para que elas possam concretizar-se

Esta é a doença da imaginação!

 

33 – Tarefa

 

Me propus a cumprir uma tarefa

Hei de cumpri-la

Uma tarefa larga

Na qual não se deve pensar no final

Pois se assim fosse

Desvaneceriam as esperanças

O importante, o pequeno presente

Que compõe um grande futuro

 

34 – A caixa de Pandora

 

Aqueles que mais reprovam na escola

Por vezes, são aqueles que menos reprovam na vida.

O quê pretendes com isto?

Teus propósitos são justos?

Tuas lágrimas serão abundantes

Potencial desperdiçado

Escondido em teu próprio túmulo

Seja do jeito que for

Haja o que houver

Pandora fecha sua caixa

No momento preciso

Isto para min basta

Assim o sonho continua sonhando

Saboreando o deleite

Da criação não criada

 

35 - Homem arguto

 

Guias, mapas, agendas

Índices, tabelas e gráficos

Assim fazem os magos

Ilusionistas, mágicos e profetas

Suas prodigiosas realizações

Quadros, pesos, medidas

Comparações, projetos e quadrantes

Tornam tudo mais prático

Milagres do homem?

O que antes era inadmissível

Agora é possível

No método e na técnica

Se esconde a boa realização

Na antecipação e no projeto

Está o homem arguto e perspicaz

O que não impede

O improviso e a intuição

Mas provoca terreno mais fértil

Para que cresçam com segurança

E não desvairadamente

Criando atritos e desventuras

É assim que

Até a loucura para ser bem suscedida

Deve ter n retaguarda

Um método eficaz

Doando-lhe bons parâmetros

Milagres do homem?