Friday, May 31, 2024

de 36 à 40

 

36 – Obscuridade interna

 

Eu sou aquele que se alia

Aquele que se distancia

Na obscuridade interna

De pensamentos tempestosos

Na mãe terna

Da imaginação criativa

Eu sou aquele que abrevia

A vida num só termo

Num só consonância

Pois vejo de tudo a essência

O que sempre meu coração antevira

Neste lugar ermo

Há muita substância

Pois abstrair-se é fundir-se

No todo vasto e esplendoroso

A solidão é a prerrogativa da ascensão

Sou aquele que se alia

À filosofia, por isto rio à vontade

De min mesmo, e de todos

Os que me cercam

Nunca entenderiam

Na tempestade do silêncio

Faz-se a vida

Na dialética poética

Faz-se o entender, o saber

Em quê crer?

 

37 – Tamanho de importância

 

Tudo é vida!

Conversar e notar na tua existência

Os detalhes insignificantes

As vivências supérfluas

O banal, fútil e corriqueiro

É o que faz a vida

Pois a vida é o valor que à ela se dá

Quanto mais valor às coisas pequenas

Maiores elas serão

Quanto menos valor à coisas grandes

Menores elas serão

Não existem valores definitivos

No âmbito da consciência

Quê quereis tratar por realidade?

Aquilo que em si não têm tamanho de importância?

Por isto tudo é vida!

De uma formigo À trama mais complexa já posta em novela.

De um livro à um sorriso

De uma preferência à lágrima

Da vida à vida

Só há uma ressalva:

Quanta vida queres viver?

 

38 - Sonho belo e fugaz: Lapso de esperança

 

 

Foi um lapso de esperança

Um sonho belo e fugaz

A perfeição do bem viver

Na simplicidade do sorrir

E se dedicar ao labor

Logo o tormento da lucidez

Coração que se confrange

Alma que apela a justiça

De um caminho linear

Não devem todos os caminhos

Na cabal construção universal

terem tal ventura?

Ventura desejada da harmonia

Da certeza que em tudo há sentido

Pois então da alma surgiram noras esperanças

E, dos clamores e d`um sombrio padecimento

Surgiram cores diversas

Brilhantes, iridescentes e até ofuscantes

Num esplendor vivaz, alegre e luxuriante

Eis que chegou a resposta

Eis que a verdade é maior que qualquer padecimento

São respostas divinas inseridas na vida

Ora numa criança ora numa paisagens

Ora num vento que traz músicas

Pois então que ela seja bem vinda

Recepcionada com todas as pompas

Seja ela convidada bem tratada e vangloriada

A felicidade

Sim, não só de nostalgia vive o homem

Não só de alegrias não consumadas, ou sonhos irrealizados

Não só de objetivos impossíveis ou de idealizações vãs alimentamo-nos

Mas acima de tudo d`uma vontade incessante

Do eterno sonho de viver o pensamento

Decepções, amarguras, desilusões e padecimentos

Desvios dos ideais. Será necessário novo sonho?

Menos audacioso ou pretensioso.

Tal injúria é desnecessária

Pois, vejo à frente futuro promissor, proeminente

Ora estas, tenho então de me alegrar

Notar os olhos brilhar

E o coração se maravilhar

Com a nova vida que chega

Pois na visão holística e integral

O emprego não só é uma obrigação

Mas sim a decisão do que se chama vida

Emprego é labor braçal, ideológico e moral

Unindo corpo, mente e coração

Numa só verdade

Me perguntas na busca de quê?

Do sonho que te fez correr atrás do mundo!

Foi um lapso de esperança

Um sonho belo e fugaz

No entanto: este lapso e esta fugacidade

Me fizeram chegar até aqui

E far-me-ão à frente caminhar

Foi um lapso de esperança

Um sonho belo e fugaz

 

39 – Livros e leitores

 

Há no mundo livros sugestivos

Bons, maus, regulares ruins, produtivos

Péssimos, excelentes, magníficos, intuitivos

Inigualáveis ou destrutivos

Do mesmo modo que no mundo existem leitores:

Bons, maus, regulares ruins, produtivos

Péssimos, excelentes, magníficos, intuitivos

Inigualáveis ou destrutivos

 

40 – Boas vindas à metafísica

 

Sede bem vinda Metafísica

Corrida às origens da essência

Ponto nevrálgico, raiz

O cerne das questões

Início dos caminhos

O que levou a neles estarmos

Alicerces da vida

Destruição do abominável sonho

Das belas ilusões

Das realidades alucinadas

Vôo ou queda?

Precipícios ou céus?

Não se sabe, mas sim que...

São desconhecidos!

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