36 – Obscuridade interna
Eu sou aquele que se alia
Aquele que se distancia
Na obscuridade interna
De pensamentos tempestosos
Na mãe terna
Da imaginação criativa
Eu sou aquele que abrevia
A vida num só termo
Num só consonância
Pois vejo de tudo a essência
O que sempre meu coração antevira
Neste lugar ermo
Há muita substância
Pois abstrair-se é fundir-se
No todo vasto e esplendoroso
A solidão é a prerrogativa da
ascensão
Sou aquele que se alia
À filosofia, por isto rio à vontade
De min mesmo, e de todos
Os que me cercam
Nunca entenderiam
Na tempestade do silêncio
Faz-se a vida
Na dialética poética
Faz-se o entender, o saber
Em quê crer?
37 – Tamanho de importância
Tudo é vida!
Conversar e notar na tua
existência
Os detalhes insignificantes
As vivências supérfluas
O banal, fútil e corriqueiro
É o que faz a vida
Pois a vida é o valor que à ela se
dá
Quanto mais valor às coisas
pequenas
Maiores elas serão
Quanto menos valor à coisas
grandes
Menores elas serão
Não existem valores definitivos
No âmbito da consciência
Quê quereis tratar por realidade?
Aquilo que em si não têm tamanho
de importância?
Por isto tudo é vida!
De uma formigo À trama mais
complexa já posta em novela.
De um livro à um sorriso
De uma preferência à lágrima
Da vida à vida
Só há uma ressalva:
Quanta vida queres viver?
38 - Sonho belo e fugaz: Lapso de
esperança
Foi um lapso de esperança
Um sonho belo e fugaz
A perfeição do bem viver
Na simplicidade do sorrir
E se dedicar ao labor
Logo o tormento da lucidez
Coração que se confrange
Alma que apela a justiça
De um caminho linear
Não devem todos os caminhos
Na cabal construção universal
terem tal ventura?
Ventura desejada da harmonia
Da certeza que em tudo há sentido
Pois então da alma surgiram noras
esperanças
E, dos clamores e d`um sombrio
padecimento
Surgiram cores diversas
Brilhantes, iridescentes e até
ofuscantes
Num esplendor vivaz, alegre e
luxuriante
Eis que chegou a resposta
Eis que a verdade é maior que
qualquer padecimento
São respostas divinas inseridas na
vida
Ora numa criança ora numa
paisagens
Ora num vento que traz músicas
Pois então que ela seja bem vinda
Recepcionada com todas as pompas
Seja ela convidada bem tratada e
vangloriada
A felicidade
Sim, não só de nostalgia vive o
homem
Não só de alegrias não consumadas,
ou sonhos irrealizados
Não só de objetivos impossíveis ou
de idealizações vãs alimentamo-nos
Mas acima de tudo d`uma vontade
incessante
Do eterno sonho de viver o
pensamento
Decepções, amarguras, desilusões e
padecimentos
Desvios dos ideais. Será
necessário novo sonho?
Menos audacioso ou pretensioso.
Tal injúria é desnecessária
Pois, vejo à frente futuro
promissor, proeminente
Ora estas, tenho então de me
alegrar
Notar os olhos brilhar
E o coração se maravilhar
Com a nova vida que chega
Pois na visão holística e integral
O emprego não só é uma obrigação
Mas sim a decisão do que se chama
vida
Emprego é labor braçal, ideológico
e moral
Unindo corpo, mente e coração
Numa só verdade
Me perguntas na busca de quê?
Do sonho que te fez correr atrás
do mundo!
Foi um lapso de esperança
Um sonho belo e fugaz
No entanto: este lapso e esta
fugacidade
Me fizeram chegar até aqui
E far-me-ão à frente caminhar
Foi um lapso de esperança
Um sonho belo e fugaz
39 – Livros e leitores
Há no mundo livros sugestivos
Bons, maus, regulares ruins,
produtivos
Péssimos, excelentes, magníficos,
intuitivos
Inigualáveis ou destrutivos
Do mesmo modo que no mundo existem
leitores:
Bons, maus, regulares ruins,
produtivos
Péssimos, excelentes, magníficos,
intuitivos
Inigualáveis ou destrutivos
40 – Boas vindas à metafísica
Sede bem vinda Metafísica
Corrida às origens da essência
Ponto nevrálgico, raiz
O cerne das questões
Início dos caminhos
O que levou a neles estarmos
Alicerces da vida
Destruição do abominável sonho
Das belas ilusões
Das realidades alucinadas
Vôo ou queda?
Precipícios ou céus?
Não se sabe, mas sim que...
São desconhecidos!
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