11 - DETALHES DA VIDA
Quero escrever
Mas não disponho de tempo
As terríveis e horripilantes
obrigações
Me causam asco
Vão contra minha essência
Criamos a sociedade para morrer
Quero tempo para fazer o que gosto
Porque faço sempre o que não gosto
O ideal não seria viver?
O ideal é utópico?
Viver é a utopia do homem
Porque o homem é tão mesquinho
Que ao invés de viver
Suporta a vida
Lágrimas mortíferas
Ácidas queimam e corroem
Meu espírito
Luto contra a vida
Não gosto do que faço
Tenho de fazer!
Infelizmente...
Tenho de fazer?
Não! Jogarei tudo ao alto
Explodirei num ímpeto caótico
E tentarei um novo começo
Diferente, atraente, aprazível
Tentarei
Ao menos tentarei
Pois quem não intenta
Morre de espírito, alma e coração
Perece diante de sua hipnótica
ignorância
Morre de vida
Tentar é procurar a saída
Quando tudo está contra
E o ser está noutra sintonia
O ser muda
O ambiente mantêm-se
Em mórbida estagnação
Surge o dilema
Ou morre a alma
Ou nasce a coragem
De à tudo destruir!
12 - NIILISMO CONVIDATIVO
O pão alimenta o corpo
A filosofia a alma
Fuga da realidade
É o encontro da realidade
Conceitos e pensamentos supérfluos
São a falta de valores
Duma sociedade morta
Os devaneios, meditações
Estagnações mentais, silêncios
Vagares, profundos olhares,
A criatividade, o lúdico, o lazer
O nada fazer...
São o espaço da mente que visam
O nosso engrandecer e conhecer
As realidades dispostas
Em círculos espirais
Que se dilatam ao infinito
Meditabundo num devaneio profundo
Engrandecem-se os pensamentos
Viva a vida! Filosofia!
Abaixo à imoralidade
Ignorância das facilidades
Idiotices do niilismo
Bestialidades do supérfluo
Rápido, acessível, fácil, prático
Não! ( Grita a alma )
A decadência do mundo
Onde vai o profundo?
Magnânimo, belo, árduo
Trabalhoso, recompensador
Onde vai a maratona?
Maratonista campeão,
Merecedor
Insistente guerreiro do asfalto
Lágrimas do planeta
Grandeza dum feito
Grande feito
Grande homem que supera
Árduos caminhos
Vontade, espírito, coração
Sentimentos e vida
Pão alimento do corpo
Filosofia alimento da alma
Quê procurais?
13 - CAMINHOS PROSAICOS
Nasci para andar só
Correr só
Porque a vida é solidão
E a enganosa sensação de sociáveis
conversações
Nada mais é que o intento de
encontrar-se no mundo
Mas para isto basta estar só
Correr só
Afinal: Quê é a solidão?
Existiria algo tão escabroso e
desagradável?
Estar só é estar com todos.
Todos os silêncios do mundo!
Ó bela independência
Maratonista é por via de regra.
O esportista menos dependente
Dos fatores externos
Depende tão somente de sua vontade
Perseverança, garra, agilidade e
destreza.
Na arte de estar só.
Recalcitra consigo mesmo.
Seu vaidoso silêncio.
Sua independente persistência.
Seus cáusticos clamores.
A força é intrínsica, pois ele por
natureza sabe que é:
Correr só.
14 - Belas estrelas da imaginação
As estrelas são de diamante
Nossos corações são de luz
As estrelas proliferam luz
Nossos corações emitem amor
O mundo é tão belo
Quanto possa ser
A tua capacidade de assim imaginar
15 – Prece dos desígnios humanos
Tu es o Deus todo poderoso
Criador do céu e da terra
Aquele que soprou e fez o ar
Que olhou e fez a matéria
Que pensou e fez o espírito
Assim criou o Universo
Es todo amor
Invocamos a vossa presença em
espírito
Através das preces rogamos, senhor
Atendei nossos chamados
Nós, que somos teus filhos
O adoramos, o reverenciamos
Até onde pode o ser humano mudar o
seu próprio destino?
Até que ponto estão os nossos
desígnios definidos?
Senhor: Intercedei em favor do
caminho adequado, correto e justo.
Seja qual for este caminho...
No entanto, ainda que seja assim.
Pedimos que nossa vontade seja
senão cumprida ao menos satisfeita.
Não através da efetivação do que
rogamos...
Mas da nossa melhor compreenção do
caso
Pois nós somos ignorantes
E, se pedimos, é porque não
sabemos
Não sabemos! Por isto nos perdemos
Em caminhos obtuzos
Atendei senhor nosso chamado
As súplicas que sobem ao céu
Atendei, atendei, atendei
Obrigado!
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