1 -Celebração.
Celebraremos a paz humana
O concílio de todos
A crença na Beleza estética
Sorriso verdadeiro, beleza da arte
Celebraremos cadernos de
partituras
Notas perfumes e cores
Gostos para paladares apurados
Deleitar cada gole, momento e
lapso
Imergir na paz, profundo silêncio
Celebraremos o diletantismo
O espírito tão vivo e lúcido
De passados ainda não consumados
Pois vivem na mente
Pulsa na veneração
Passados de tantas produções
Tantos mestres e lições
Tantas árias e canções
Sorver este ar com os pulmões
É reviver
Reconhecer o belo
Celebraremos então o caminho a ser
seguido
Empreendido com vigor
Esforço e boa vontade
Interpretar a vida é reinventar o
amor
Utilizando as notas doadas
gentilmente
Por antepassados de missões
prementes
Quê fazer de tanto conhecer?
Correr e morrer vazio?
Não! Nunca! Jamais!
O bom senso quer muito mais
Seremos o gênio criativo
Música, corpo e razão...
Enfim: a mudança
Celebraremos por fim o movimento
À caminho do calor humano
E por fim morreremos
À caminho do conspícuo
conhecimento
E ação vivaz.
2 - Ausência
Minha alma se desaba
Diante do pragmatismo
Do que chamam de vida
E que eu, em minha singela visão
Denomino de morte
Pois donde não há vida existe
morte
Ou talvez nem morte possa existir
Pois assim suporíamos que algo
exista
Assim está o vácuo
A ausência
3 - Coragem
Então estou no negro cavalo
Esbelto, reluzente pelagem
Os ventos sopram
Trazendo a esperança
Olhar ao horizonte
Galope ao longe
A salvação é o caminho
Impetuoso poder
Glória da união e da salvação
Pois o mal sucumbe
Diante da ofuscante luz
Força, coragem, audácia
Prodigiosa energia
Emergente do espírito
Vamos! É hora de partir
Não deveis esperar as sombras
Que se escondem melindrosamente
Por trás de arbustos
Esperando os descuidados
Não... temos mais o que fazer
Construir nosso próprio caminho
Utilizar de nossa própria força
Corre, trota, galopa, voa
Cavalo forte, magnânimo
A guerra irá iniciar
Em meio à beleza dos escudos
O desconhecido destino das
planícies
4 - Lágrimas mortíferas
Quero escrever
Mas não disponho de tempo
As terríveis, horripilantes
obrigações
Me causam asco
Vão contra minha essência
Criamos a sociedade para morrer
Quero tempo para fazer o que gosto
Porque faço sempre o que não gosto
O ideal não seria viver?
O ideal é utópico?
Viver é a utopia do homem
Porque o homem é tão mesquinho
Que ao invés de viver
Suporta a vida
Lágrimas mortóferas
Ácidas queimam e corroem
Meu espírito
Luto contra a vida
Não gosto do que faço
Infelizmente tenho de fazer
Tenho de fazer?
Não! Jogarei tudo ao alto
Explodirei num ímpeto caótico
E tentarei um novo começo
Diferente, atraente, aprazível
Tentarei
Ao menos tentarei
Pois quem não intenta
Morre de espírito, alma, coração
Perece diante de sua hipnótica
ignorância
Morre de vida
Tentar é procurar a saída
Quando tudo está contra
E o ser está noutra sintonia
O ser muda
E o ambiente mantêm-se
Em paralisada estagnação
Surge o dilema
Ou morre a alma
Ou nasce a coragem
De à tudo destruir!
5 - SIGNIFICADO DE ALGO
Maratona ó grande fato
Que soergue minha consciência
Em estados que jamais imaginei
poder chegar
Minhas capacidades
São a min desconhecidas
Pois somente quando vôo através de
suas sendas
Sinto a plenitude do total
Que emerge em meu ser
Maratona ó grande percurso
Itinerário que se assemelha
infinito
Quando corro sem pensar no uso
Das pernas que vencem o que seria
finito
Conceitos que se inflamam no viver
Uma nova concepção e percepção
Afinal: O quê é perceber?
Monótona modorra e negação?
Valentia e insana atuação?
Tudo é volátil mas devemos ver...
Que correr nunca irá se ater.
À anterior modorra e negação.
Maratona ó grande arte
De improvisar e intrincar
Valores mesclados à velocidade
Técnica provinda de marte
Baluartes não vencem motricidade
À isto tudo vamos todos valorar
No comments:
Post a Comment