Friday, May 31, 2024

de 1 à 5

 

1 -Celebração.

 

Celebraremos a paz humana

O concílio de todos

A crença na Beleza estética

Sorriso verdadeiro, beleza da arte

Celebraremos cadernos de partituras

Notas perfumes e cores

Gostos para paladares apurados

Deleitar cada gole, momento e lapso

Imergir na paz, profundo silêncio

Celebraremos o diletantismo

O espírito tão vivo e lúcido

De passados ainda não consumados

Pois vivem na mente

Pulsa na veneração

Passados de tantas produções

Tantos mestres e lições

Tantas árias e canções

Sorver este ar com os pulmões

É reviver

Reconhecer o belo

Celebraremos então o caminho a ser seguido

Empreendido com vigor

Esforço e boa vontade

Interpretar a vida é reinventar o amor

Utilizando as notas doadas gentilmente

Por antepassados de missões prementes

Quê fazer de tanto conhecer?

Correr e morrer vazio?

Não! Nunca! Jamais!

O bom senso quer muito mais

Seremos o gênio criativo

Música, corpo e razão...

Enfim: a mudança

Celebraremos por fim o movimento

À caminho do calor humano

E por fim morreremos

À caminho do conspícuo conhecimento

E ação vivaz.

 

2 - Ausência

Minha alma se desaba

Diante do pragmatismo

Do que chamam de vida

 

E que eu, em minha singela visão

Denomino de morte

Pois donde não há vida existe morte

Ou talvez nem morte possa existir

Pois assim suporíamos que algo exista

Assim está o vácuo

A ausência

 

3 - Coragem

 

Então estou no negro cavalo

Esbelto, reluzente pelagem

Os ventos sopram

Trazendo a esperança

Olhar ao horizonte

Galope ao longe

A salvação é o caminho

Impetuoso poder

Glória da união e da salvação

Pois o mal sucumbe

Diante da ofuscante luz

Força, coragem, audácia

Prodigiosa energia

Emergente do espírito

Vamos! É hora de partir

Não deveis esperar as sombras

Que se escondem melindrosamente

Por trás de arbustos

Esperando os descuidados

Não... temos mais o que fazer

Construir nosso próprio caminho

Utilizar de nossa própria força

Corre, trota, galopa, voa

Cavalo forte, magnânimo

A guerra irá iniciar

Em meio à beleza dos escudos

O desconhecido destino das planícies

 

4 - Lágrimas mortíferas

 

Quero escrever

Mas não disponho de tempo

As terríveis, horripilantes obrigações

Me causam asco

Vão contra minha essência

Criamos a sociedade para morrer

Quero tempo para fazer o que gosto

Porque faço sempre o que não gosto

O ideal não seria viver?

O ideal é utópico?

Viver é a utopia do homem

Porque o homem é tão mesquinho

Que ao invés de viver

Suporta a vida

Lágrimas mortóferas

Ácidas queimam e corroem

Meu espírito

Luto contra a vida

Não gosto do que faço

Infelizmente tenho de fazer

Tenho de fazer?

Não! Jogarei tudo ao alto

Explodirei num ímpeto caótico

E tentarei um novo começo

Diferente, atraente, aprazível

Tentarei

Ao menos tentarei

Pois quem não intenta

Morre de espírito, alma, coração

Perece diante de sua hipnótica ignorância

Morre de vida

Tentar é procurar a saída

Quando tudo está contra

E o ser está noutra sintonia

O ser muda

E o ambiente mantêm-se

Em paralisada estagnação

Surge o dilema

Ou morre a alma

Ou nasce a coragem

De à tudo destruir!

 

 

 

 

 

 

5 - SIGNIFICADO DE ALGO

 

Maratona ó grande fato

Que soergue minha consciência

Em estados que jamais imaginei poder chegar

Minhas capacidades

São a min desconhecidas

Pois somente quando vôo através de suas sendas

Sinto a plenitude do total

Que emerge em meu ser

 

Maratona ó grande percurso

Itinerário que se assemelha infinito

Quando corro sem pensar no uso

Das pernas que vencem o que seria finito

Conceitos que se inflamam no viver

Uma nova concepção e percepção

Afinal: O quê é perceber?

Monótona modorra e negação?

Valentia e insana atuação?

Tudo é volátil mas devemos ver...

Que correr nunca irá se ater.

À anterior modorra e negação.

 

Maratona ó grande arte

De improvisar e intrincar

Valores mesclados à velocidade

Técnica provinda de marte

 Baluartes não vencem motricidade

À isto tudo vamos todos valorar

No comments:

Post a Comment

de 71 à 75

  71 - A graça do amor     Por muito tempo ficaste guardada num escuro saco Desperta, desperta pedra Acorda espírito de Deus afast...